Todas as Notícias
- UFPE/
- Institucional/
- Superintendências/
- Superintendência de Comunicação (Supercom)/
- Agência de Notícias (Ascom)/
- Notícias/
- Hospital das Clínicas inicia protocolo de estudo clínico de paciente com doença ultrarrara
Notícias Notícias
Hospital das Clínicas inicia protocolo de estudo clínico de paciente com doença ultrarrara
Homem, de 43 anos, tem hipofosfatasia, condição genética que pode provocar deformações e fraturas ósseas, entre outros sintomas
Um paciente de 43 anos do Hospital das Clínicas da UFPE é o primeiro no Brasil a iniciar um novo tratamento para uma doença genética ultrarrara, chamada hipofosfatasia (ou HPP). Essa condição afeta as pessoas desde o período gestacional até a idade adulta, podendo provocar deformações e fraturas recorrentes em partes do corpo, dores musculoesqueléticas, fraqueza muscular e incapacidade funcional, além da perda de dentes, por causa da insuficiência da enzima fosfatase alcalina. Esse novo protocolo de estudo clínico foi iniciado em junho e está sendo supervisionado pelo Centro de Pesquisas Clínicas (CPC) do HC, em parceria com o laboratório que desenvolveu a medicação.
“O estudo começou a avaliar uma nova posologia para uma versão mais atualizada da molécula que repõe a fosfatase alcalina no organismo. Em vez de seis aplicações de injeções subcutâneas por semana, o estudo testa uma aplicação a cada duas semanas, o que vai beneficiar muito os pacientes com melhora na qualidade de vida”, explica o reumatologista pediátrico do HC e investigador principal do estudo, André Cavalcanti.
A condição não tem cura, porém pode ser tratada e controlada na maioria dos casos. “O tratamento é de alto custo, e, na maioria dos casos, precisa ser judicializado”, completa o pesquisador.
O diagnóstico é feito por meio da análise do quadro clínico dos sintomas e dos níveis de fosfatase alcalina no sangue. Um teste genético também pode ser feito para confirmar o diagnóstico da doença.
O pesquisador explica que a hipofosfatasia é uma doença genética que não tem cura. “A filha mais nova (de 7 anos) desse paciente tem odontohipofosfatasia, caracterizada pela perda de dentes e está sendo acompanhada pelo HC. Por ser uma doença genética, investigamos a irmã mais velha (de 11 anos) e os pais. Foi quando diagnosticamos a hipofosfatasia assintomática no pai e na sua outra filha”, relata André Cavalcanti.
“Mesmo o paciente sendo assintomático, detectamos por meio de testes funcionais que a sua capacidade física apresenta-se bastante comprometida”, comenta o pesquisador.
Como o estudo clínico para crianças não foi aprovado ainda na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), apenas adultos que não tenham realizado tratamento com a versão antiga dessa molécula poderão participar do estudo.
A doença é considerada ultrarrara. Não existem dados estatísticos sobre a sua prevalência no Brasil. Mas, de acordo com estudos realizados no Canadá, as formas mais graves da doença, aquelas mais facilmente diagnosticadas, acometem um em cada 100 mil recém-nascidos.
“Esse paciente do HC é o único randomizado no Brasil até agora para esse estudo. Só oito pacientes no mundo, no momento, estão selecionados para fazer esse tratamento”, informa André Cavalcanti, que ressalta a importância de o CPC integrar um estudo tão seleto e que pode trazer tantos benefícios para o paciente.
Benefícios para todos
A farmacêutica e coordenadora de estudos clínicos do CPC Professor Salomão Kelner, Camila Figueirêdo, ressalta a importância de parcerias como esta, com a indústria farmacêutica, por possibilitar o acesso de tratamentos inovadores a pacientes, além de contribuir de maneira substancial com a pesquisa, a inovação e a assistência à saúde. Os benefícios se estendem a todas as partes envolvidas neste processo: paciente, instituição de saúde, indústria e ciência.
“Estudos clínicos como este promovem grande impacto em nível institucional, à medida que forma e capacita profissionais de diversas categorias para o manejo de pacientes em protocolos de estudos clínicos complexos, que seguem rigorosos padrões de qualidade internacional. E o principal beneficiado é o paciente, que passa a ter acesso a uma alternativa terapêutica inovadora, que sem a perspectiva do estudo clínico, não teria a possibilidade de acesso, principalmente, em se tratando de doenças raras, como a hipofosfatasia (HPP)”, pontua Camila Figueirêdo.
Sobre a Ebserh
O HC-UFPE faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.